GUERRILHA DO ARAGUAIA
Após a promulgação do Ato Institucional n. 5 os militares criaram um beco sem saída para a oposição, que viu como única opção a luta armada. Os militares tiveram que enfrentar a guerrilha urbana e rural contra a ditadura. A Guerrilha do Araguaia, identificada em 1972, era uma organização com cerca de setenta militantes do PC do B que montaram a guerrilha nas selvas amazônicas, na região do Araguaia, sul do Pará. Conforme BARROS (1991, p.65), a guerrilha estava organizada com três colunas de combate: próxima ao povoado de Santa Isabel (sob direção de Osvaldo Orlando Costa - "Osvaldão", o segundo tenente da reserva do CPOR); perto da localidade de Xambioá, dirigida por Paulo Mendes Rodrigues, e na área de Apirragés, sob comando do médico gaúcho João Carlos Haas Sobrinho. A Guerrilha estava dispersa em uma área de 7 mil Km2, resistindo ao cerco de 12 mil homens do Exército, Aeronáutica e Marinha. A Guerrilha só foi aniquilada em 1975 e, segundo a imprensa, 59 guerrilheiros foram mortos. Durante os anos de luta, a população do Araguaia foi bastante torturada. Somente em 1978, em uma reportagem do Coojornal, é que a população veio a saber da luta no Araguaia. José Genuíno Neto, hoje Deputado Federal do PT, um dos poucos sobreviventes da Guerrilha. Segundo ele, "a estratégia da guerra popular prolongada já havia dado certo na China e no Vietnã, e nas condições brasileiras, em um Estado moderno, a guerra popular poderia ser incompatível" (apud: COUTO, 1998, p.114).
Apesar da operação extremamente violenta e custosa de extermínio da Guerrilha, passou praticamente despercebida pela imprensa. Poucos jornais publicaram reportagens em 1972. Entre os recortes sobre o tema Araguaia encontra-se a matéria de setembro de 1972 do Estado de S. Paulo, segundo a qual: "Há cerca de cinco mil homens do Exército, Marinha e Aeronáutica na margem esquerda do Rio Araguaia, em Goiás. Eles estão procurando terroristas que há seis anos se instalaram na região e começaram a doutrinar pessoas que moram em Xambió, cidade na margem direita do Araguaia". Entre os recortes ainda se encontra uma matéria no Jornal Movimento de 17 de julho de 1978, que além de revelar a história da Guerrilha do Araguaia, traz um resumo da reportagem "Operação Araguaia" publicada no Coojornal em junho de 1978. Esta reportagem quebrou um dos maiores tabus da imprensa brasileira, sendo a única reportagem sobre o assunto, depois de 6 anos. A maioria dos recortes são de 1979, que corresponde ao ano em que cada vez mais as especificidades da Guerrilha eram reveladas. Neles encontram-se depoimentos de sobreviventes, como do Deputado José Genuíno, matérias sobre militares desaparecidos, como dos irmãos Jorge e Israel Domingos dos Santos, que combateram a Guerrilha sob as ordens do general Hugo Abreu.
POEMA
Na Guerrilha do Araguaia
Morreu muitos Brasileiros
Políticos e Camponês
Mais teve uns que sofreram
Sendo assim torturado
Passando por desespero
Quando fala na Guerrilha
Tem gente que não conhece
Mais tem alguns que tem medo
E tudo logo se esquece
E quem escapou da morte
Ainda hoje padece (...)
Trechos do poema .Guerrilha do Araguaia; tortura dor e sofrimento..
Literatura de Cordel.
Após a promulgação do Ato Institucional n. 5 os militares criaram um beco sem saída para a oposição, que viu como única opção a luta armada. Os militares tiveram que enfrentar a guerrilha urbana e rural contra a ditadura. A Guerrilha do Araguaia, identificada em 1972, era uma organização com cerca de setenta militantes do PC do B que montaram a guerrilha nas selvas amazônicas, na região do Araguaia, sul do Pará. Conforme BARROS (1991, p.65), a guerrilha estava organizada com três colunas de combate: próxima ao povoado de Santa Isabel (sob direção de Osvaldo Orlando Costa - "Osvaldão", o segundo tenente da reserva do CPOR); perto da localidade de Xambioá, dirigida por Paulo Mendes Rodrigues, e na área de Apirragés, sob comando do médico gaúcho João Carlos Haas Sobrinho. A Guerrilha estava dispersa em uma área de 7 mil Km2, resistindo ao cerco de 12 mil homens do Exército, Aeronáutica e Marinha. A Guerrilha só foi aniquilada em 1975 e, segundo a imprensa, 59 guerrilheiros foram mortos. Durante os anos de luta, a população do Araguaia foi bastante torturada. Somente em 1978, em uma reportagem do Coojornal, é que a população veio a saber da luta no Araguaia. José Genuíno Neto, hoje Deputado Federal do PT, um dos poucos sobreviventes da Guerrilha. Segundo ele, "a estratégia da guerra popular prolongada já havia dado certo na China e no Vietnã, e nas condições brasileiras, em um Estado moderno, a guerra popular poderia ser incompatível" (apud: COUTO, 1998, p.114).
Apesar da operação extremamente violenta e custosa de extermínio da Guerrilha, passou praticamente despercebida pela imprensa. Poucos jornais publicaram reportagens em 1972. Entre os recortes sobre o tema Araguaia encontra-se a matéria de setembro de 1972 do Estado de S. Paulo, segundo a qual: "Há cerca de cinco mil homens do Exército, Marinha e Aeronáutica na margem esquerda do Rio Araguaia, em Goiás. Eles estão procurando terroristas que há seis anos se instalaram na região e começaram a doutrinar pessoas que moram em Xambió, cidade na margem direita do Araguaia". Entre os recortes ainda se encontra uma matéria no Jornal Movimento de 17 de julho de 1978, que além de revelar a história da Guerrilha do Araguaia, traz um resumo da reportagem "Operação Araguaia" publicada no Coojornal em junho de 1978. Esta reportagem quebrou um dos maiores tabus da imprensa brasileira, sendo a única reportagem sobre o assunto, depois de 6 anos. A maioria dos recortes são de 1979, que corresponde ao ano em que cada vez mais as especificidades da Guerrilha eram reveladas. Neles encontram-se depoimentos de sobreviventes, como do Deputado José Genuíno, matérias sobre militares desaparecidos, como dos irmãos Jorge e Israel Domingos dos Santos, que combateram a Guerrilha sob as ordens do general Hugo Abreu.
POEMA
Na Guerrilha do Araguaia
Morreu muitos Brasileiros
Políticos e Camponês
Mais teve uns que sofreram
Sendo assim torturado
Passando por desespero
Quando fala na Guerrilha
Tem gente que não conhece
Mais tem alguns que tem medo
E tudo logo se esquece
E quem escapou da morte
Ainda hoje padece (...)
Trechos do poema .Guerrilha do Araguaia; tortura dor e sofrimento..
Literatura de Cordel.
Autor identificado por .Poeta Caveirinha: o Doutor da Poesia..
Adquirido pelo autor em Marabá-PA.
Araguaia
(Ednardo)
Quando eu me banho no meu AraguaiaE bebo da sua água sangre friaBichos caçados na noite e no diaBebem e se banham eles são comidos.Triste guerrilha, companheiro mortoSuor e sangue, brilho do corpoMedo sóMas se o corpo desse pó é póUm círio da luz dessa dorViolento amor há de voar
Araguaia
(Ednardo)
Quando eu me banho no meu AraguaiaE bebo da sua água sangre friaBichos caçados na noite e no diaBebem e se banham eles são comidos.Triste guerrilha, companheiro mortoSuor e sangue, brilho do corpoMedo sóMas se o corpo desse pó é póUm círio da luz dessa dorViolento amor há de voar
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