segunda-feira, 8 de setembro de 2008

DOM HÉLDER CÂMARA

DOM HÉLDER CÂMARA

Nasceu em Fortaleza, em 7 de fevereiro de 1909. Era o décimo-primeiro de 13 filhos, dos quais somente oito conseguiram sobreviver a uma epidemia de gripe que assolou a região em 1905. O pai, João Câmara Filho, era guarda-livros de uma empresa comercial. A mãe, dona Adelaide Pessoa Câmara, era professora primária. Foi o pai quem escolheu o nome do filho, em homenagem a um pequeno porto situado na Holanda.
Aos 4 anos de idade, o pequeno Hélder já demonstrava especial atenção nas missas celebradas em sua comunidade e já queria ser padre. Muitas vezes, meninote, costumava brincar de celebrar missas, usando como acessórios caixas de sabonete vazias.
Em 1923, ingressa no Seminário Diocesano de Fortaleza, onde faz os cursos preparatórios e depois filosofia e teologia. Para ser ordenado sacerdote aos 22 anos de idade, o então pretendente Hélder recebeu uma autorização especial da Santa Sé, já que não tinha a idade mínima exigida. Logo no dia seguinte à sua ordenação celebrou sua primeira missa.
Com dois amigos, Dom Hélder fundou, em 1931, a Legião Cearense do Trabalho.
Dois anos depois, juntamente com lavadeiras, passadeiras e empregadas domésticas, criou a Sindicalização Operária Feminina Católica. Graças ao seu empenho como educador Dom Hélder Câmara se tornou uma espécie de Secretário da Educação do Estado do Ceará e, assim, contribuiu de maneira decisiva para a reforma do método de ensino e melhor desenvolvimento da educação pública do Ceará.
Em janeiro de 1936, Dom Hélder sai do Ceará com destino ao Rio de Janeiro, onde passa a se dedicar a atividades apostólicas e exerce as funções de Diretor Técnico do Ensino da Religião. É eleito Bispo em 20 de abril de 1952. Nessa época, com a CNBB já implantada, ajuda a criar o Conselho Episcopal Latino- Americano.
Irrequieto, idealizador, combativo e revolucionário, Dom Hélder desempenhou durante a vida papéis importantes nas mudanças sociais do país. Fundou em 1956 a Cruzada São Sebastião, no Rio, destinada a atender os favelados. Em 59, fundou o Banco da Previdência, cuja atuação se desenvolve especificamente na faixa da miséria. Foi diversas vezes delegado do Episcopado Brasileiro nas assembléias gerais realizadas fora do Brasil. Junto à Santa Sé, foi membro do Conselho Supremo de Migração, padre conciliar no Concílio Vaticano II e era conhecido no mundo todo pelo seu trabalho junto à pobreza.
Foi nomeado, em março de 1964, Arcebispo de Olinda e Recife e assumiu no dia 12 de abril, estabelecendo em Recife claro foco de resistência ao golpe militar, pela sua visão social. Criou o Governo Colegiado; a organização dos setores pastorais; criou o Movimento Encontro de Irmãos, e criou também a Comissão de Justiça e Paz.
Em l969, recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade de Saint Louis, Estados Unidos. E daí em diante não parou mais: recebeu títulos de doutor honoris causa em Direito e Teologia em várias universidades da Bélgica, Suíça, Alemanha, Holanda, Itália, Canadá e Estados Unidos, além dos títulos que recebeu nas universidades brasileiras. A coragem de Dom Hélder o transforma em personagem do mundo, um símbolo de resistência à ditadura.
Em 1972, seu nome é indicado para o Prêmio Nobel da Paz. O governo militar, no entanto, destrói sua candidatura: divulga na Europa um dossiê acusando o arcebispo de ter sido comunista.
A partir de 1978, o governo brasileiro inicia uma lenta abertura política. Aos poucos, cessam as perseguições. Dom Hélder dedica-se mais do que nunca a aplicar a Teologia da Libertação em sua arquidiocese.
Em 1985, ao se aposentar, deixa mais de quinhentas comunidades de base organizadas, que reúnem operários, trabalhadores rurais, retirantes e pescadores, em luta por melhores condições de vida. Dom Hélder participa da campanha pelas Diretas Já.
Pouco depois, durante a Assembléia Nacional Constituinte, percorre DOM HÉLDER CÂMARA
o país realizando debates e palestras de conscientização para a cidadania. Aos 80 anos de idade, sempre atuante, lança-se à articulação de uma campanha pela erradicação da miséria no país. A primeira e principal proposta é lutar por uma reforma agrária, para colocar o Brasil no caminho da justiça social.
Dom Hélder faleceu aos 90 anos, em 27 de agosto de 1999. Durante sua vida, recebeu o título de Cidadão Honorário de 28 cidades brasileiras e duas estrangeiras: a cidade de São Nicolau na Suiça e Rocamadour, na França.
(Estação Virtual)
♫ Ceará de Luz ♫
Ceará de luz
De serra, mar e sertão
De sal e sol
De permanente verão
Ceará um dia tupi
Tremembé, kariri, tabajara
Ceará nascido
Siriará e seara
Ceará, Dragão
Na porta do mar, disse não
Ceará de luz
Adeus escura escravidão
Ceará de luta
No passo do Conselheiro
Ceará de fé
De meu “padim Ciço”
E de cangaceiros
Ceará de gente
Valente, rebelde
Alegre e festiva
Ceará de Bárbara de Alencar
De dom Hélder e do Patativa
Ceará de índios
De brancos e negros
Na mesma canção
Ceará mestiço
O xote, o xaxado
A polca o baião

Poesia de Dom Hélder Câmara pela campanha da Anistia

O ramo com que partijá se transformou em árvore, / que nem eu sei / como tenho tido força / para carregar... / Também, / quando puder confiá-la / ao chão dos Homens / já não terá / que crescer... / É só florir e frutificar!...
Em agosto de 79, foi aprovada a Lei da Anistia. O governo lançou mão de uma estratégia que se aproveitava da linguagem jurídica para anistiar os acusados de “crimes políticos e conexos”. Com o termo “conexos”, a mesma lei contemplou centenas de opositores ao regime, presos e exilados, como também milhares de criminosos por abusos de poder, torturadores e assassinos.
Atualmente volta a tona na imprensa a polêmica sobre essa lei, vejamos trecho de um artigo do jornalista Flávio Tavares:
“A lei da anistia quis pacificar época conturbada. Não há por que modificá-la, menos ainda congelá-la para apagar a história com um borrão de tinta. Vivemos em democracia civil muito mais tempo do que os 21 anos do regime militar e a anistia deve ser ferramenta para conhecer as entranhas daquele período. Sem medo. Ocultar o passado é ardil enganoso. Nesses anos prescreveram os crimes, o tempo esmaeceu tudo. A reconciliação (objeto fundamental da anistia) só se concretizará, porém, quando ambos os lados assumirem, de público, o que fizeram.”

JUSCELINO KUBITSCHEK


JUSCELINO KUBITSCHEK
Juscelino Kubitschek nasceu em Diamantina, MG, em 12 de setembro de 1902. Filho de João César de Oliveira, um caixeiro-viajante e de Júlia Kubitschek (professora), estudou no colégio onde a mãe lecionava até entrar para o seminário.
Após mudar-se para Belo Horizonte a fim de continuar seus estudos, Juscelino formou-se em Medicina em 1927 e durante alguns anos seguiu esta profissão. Seu primeiro envolvimento com a política ocorreu em 1934, quando foi nomeado chefe de gabinete do interventor federal em Minas Gerais, Benedito Valadares. No mesmo ano, elegeu-se deputado federal, cumprindo o mandato até 1937, ano que deu início ao Estado Novo.
Foi nomeado prefeito de Belo Horizonte em 1940 e começou a conquistar a projeção política que o levaria à Presidência da República quinze anos depois. Seu principal feito foi a construção do conjunto arquitetônico da Pampulha, num projeto do arquiteto, então iniciante, Oscar Niemeyer. Cumpriu seu segundo mandato de deputado federal a partir de 1945 e, cinco anos depois, foi eleito governador de Minas Gerais.
Associando sua imagem à modernização e industrialização do país, JK foi eleito presidente em 1955, com 36% dos votos. Um plano de metas intitulado "50 anos em 5" fundamentou a expansão industrial e urbanística do Brasil: estradas e hidrelétricas foram construídas e indústrias automobilísticas instalaram-se no país. Em 1959, foi lançado o primeiro Fusca fabricado no Brasil, um motivo de orgulho para o presidente e a população.
A construção da nova capital federal, Brasília, foi a grande realização de JK na Presidência. Durante três anos e meio, milhares homens trabalharam para erguer um nova cidade, que tinha como um de seus objetivos levar o desenvolvimento à região centro-oeste do país. O projeto arquitetônico de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer foi inaugurado em 21 de abril de 1960.
Ao final de seu mandato, JK foi eleito senador pelo estado de Goiás, mas acabou cassado pelo Golpe Militar de 1964. Após alguns anos de exílio, em 22 de agosto de 1976, JK morreu num acidente de carro em condições ainda não esclarecidas.
Admirador das serestas que marcam a tradição musical de Diamantina, Juscelino foi homenageado por sua terra natal com a criação do Dia da Seresta, uma festa que relembra seu aniversário com muita cantoria pelas ruas da cidade.
Simples, humano, compreensivo, solidário, dedicado e fraterno são adjetivos que definem o caráter e a personalidade do Presidente Juscelino Kubitschek.
Era um homem fiel aos seus antigos mestres, aos seus amigos e principalmente a seus princípios: verdade, justiça e democracia.
"Sou visceralmente democrata. Para mim, a liberdade é algo fundamental." (Presidente Juscelino Kubitschek)
De sua mãe, Dona Júlia, herdou firmeza e determinação no cumprimento de seus deveres; do pai, João César, a imaginação e o sonho foram características passadas que fizeram parte do homem Juscelino Kubitschek. Junto a essas características, adiciona-se um espírito desbravador e progressista.
O Presidente JK era um nacionalista, um crédulo na capacidade do povo brasileiro, conciliador e extremamente tolerante. Era um trabalhador incansável, tanto que em sua inquietude algumas poucas horas de sono bastavam para estar disposto a continuar suas tarefas.
Porém, também era um homem sempre de bom humor. Gostava de serenata e violão, alegria e otimismo conviviam com ele no dia a dia. Encantava-se com a alvorada, com um fim de tarde e com uma bela noite enluarada. O Presidente Juscelino era uma pessoa extrovertida, que deixava transparecer o que sentia e o que pensava, com vivacidade de espírito que irradiava uma juventude que transcendia a sua idade. Mas, ao mesmo tempo, seu cérebro era maduro, raciocinava com uma velocidade e normalmente concluía o pensamento de seus interlocutores antes mesmo que acabassem de proferi-lo.
Nas vicissitudes da vida jamais esmorecia, nunca desanimava, e encontrava forças para continuar sua missão: levar a democracia e o desenvolvimento a todo o Brasil.
Faleceu em
1976, em um desastre automobilístico, em circunstâncias até hoje pouco claras, no quilômetro 328 da Rodovia Presidente Dutra, na altura da cidade fluminense de Resende. Até hoje, o local do acidente é conhecido como "curva do JK". Mais de 300 mil pessoas assistiram a seu funeral em Brasília. Seus restos mortais estão no Memorial JK, construído em 1981 na Capital Federal por ele fundada.
Juscelino Kubitschek é, ainda hoje, um dos políticos mais admirados do cenário nacional, considerado um dos melhores presidentes que o Brasil já teve, por sua habilidade política, por suas realizações e pelo seu respeito às instituições democráticas.

♫ DE NONÔ A JK ♫
Mangueira – Samba enredo de 1981
(Compositores: Jurandir, Comprido e Arroz)

Em verde e rosa
a mangueira vem mostrar
o fascinante tema
de Nonô a JK
Juscelino Kubistchek de Oliveira
de uma lendária cidade mineira
o grande presidente popular
surgiu Nonô em diamantina
e uma chama divina
iluminou sua formação
subindo os degraus da glória
imortalizou-se na história
como chefe da nação ô ô

Em sua marcha progressista
o notável estadista
o planalto desbravou
Brasília o sonho dourado
que ele tanto acalentou
Juscelino descansa na fazenda
e os acordes de um violão
levam o povo a saudade
lembrado neste refrão

como pode um peixe vivo
viver fora d'água fria

A ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA


A ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
A Igreja Católica Romana crê e ensina que Maria, a mãe de nosso Senhor, subiu ao céu em corpo e alma. Sob o titulo de Assunção, os católicos romanos celebram três festas em honra a Maria: uma é a do trânsito de sua alma, sem o corpo, ao céu; outra é quando pouco depois se juntou e se reuniu a mesma alma com o corpo, e com inefável glória subiu ao céu; a terceira é de sua coroação como Rainha dos anjos e Senhora do universo. O imperador grego Mauricio (582-602) ordenou que a festa fosse celebrada em 15 de agosto, o que se faz até nossos dias, e por esse mesmo tempo também o Papa Gregório, o Grande, fixou a mesma data para o Oeste, onde anteriormente, por razoes desconhecidas, celebrava-se a festa em 18 de janeiro. A palavra "ASSUNÇÃO", que em um tempo se aplicava geralmente à morte dos santos, especialmente de mártires, e a sua entrada no céu, chegou a aplicar-se agora exclusivamente a Maria, e isso a distingue do termo "ascensão" no sentido de que esta é aplicada unicamente a Jesus Cristo, que ascendeu por seu próprio poder ao céu, enquanto a assunção significa que Maria foi levada por seu Filho ao céu.
Esta crença é uma derivação do dogma da perpétua virgindade e da imaculada conceição de Maria, e marca um passo mais na tendência romanista à exaltação de Maria como objeto de culto religioso. Antes de sua definição oficial, o Papa Pio XII havia consultado todos os bispos católicos do mundo, na Carta Apostólica "Deiparae Virginis", em 1 de maio de 1946, sobre a conveniência e possibilidade de declarar como dogma a crença na Assunção de Maria. A resposta do episcopado foi favorável à idéia da proclamação. E, com efeito, a 1 de novembro de 1950, o Papa Pio XII, na Constituição Apostólica "Munificentissimus Deus", fez o seguinte pronunciamento: "Nós pronunciamos, declaramos e definimos que é um dogma revelado por Deus, no qual a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, foi levada aos céus em corpo e alma quando terminou o curso de sua vida na terra."
Afirma-se que este novo dogma foi revelado por Deus, mas não se dão as razões bíblicas do caso. Os apologistas do dogma, no entanto, citam um ou outro versículo isolado das Escrituras, os quais, segundo eles, aludem indiretamente à conveniência da Assunção e glorificação de Maria. Naturalmente, os mesmos versículos que usam para provar a imaculada Conceição.
Mas é na tradição, propriamente, onde se pretende basear esta crença, argumentando-se que por ser dita tradição antiga e unânime na Igreja Primitiva, a mesma deve ter sido originada dos apóstolos. Mas quando se faz uma análise séria de tal posição, se descobre que não foi senão até o século VI que apareceram os primeiros indícios de que se comemorava a morte de Maria e começava a celebrar-se a festa da Assunção.
A lenda da Assunção é mencionada pela primeira vez nos fins do século IV em vários escritos apócrifos, como "La Dormición de Maria y El Trânsito de Maria", os quais foram expressamente condenados como apócrifos e heréticos pelo Papa Gelásio no index expurgatorious em princípios do século VI. Foi Gregório de Tours (594 d. C.) o primeiro escritor ortodoxo que os aceitou como autênticos, e, tempos depois, no século VIII, João Damasceno apresentou a Assunção como uma doutrina de antiga tradição católica. No entanto, Benedito XIV declarou, em 1840, que a tradição era insuficiente como doutrina, pois não tinha classe necessária para ser elevada ao nível de artigo de fé.
As várias tradições a que se recorre contêm marcadas discrepâncias entre si. "Sabido é que há duas tradições, uma favorável à morte de Maria, a outra favorável à sua imortalidade." "A opinião mais comum ensina que Maria ressuscitou ao terceiro dia, como Jesus Cristo; no entanto, alguns dizem que ressuscitou quinze dias depois de sua morte, e outros, quarenta." Nestes relatos há detalhes fantásticos, episódios inverossímeis e até suposições pueris que não se coadunam com o teor sério e autêntico dos Evangelhos canônicos.
Segundo essas tradições, a mãe de nosso Salvador, sendo já uma anciã e cansada de viver neste mundo, suplicou a seu Filho no céu que a levasse o quanto antes para estar com ele. Jesus então enviou-lhe um anjo para que lhe anunciasse sua morte, nova que Maria recebeu com imenso júbilo, mandando arrumar muitas velas e enfeitar o aposento. Para estar presente no momento da morte de Maria, todos os apóstolos, com exceção de Tomé, marcaram encontro em Belém, onde ela morava. João veio da cidade de Éfeso, cavalgando em uma nuvem, e do mesmo modo viajaram os demais apóstolos desde os diferentes países em que se encontravam pregando.
O feriado municipal pelo dia da padroeira do município, Nossa Senhora da Assunção, foi sancionado em dezembro de 2003, na gestão do então prefeito Juraci Magalhães, por meio da lei 8796. A lei transferiu o feriado do dia 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, para o dia 15 de agosto, para celebrar o dia da padroeira de Fortaleza.

♫ Nossa Senhora ♫
(Composição: Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Cubra-me com seu manto de amor
Guarda-me na paz desse olhar
Cura-me as feridas e a dor me faz suportar
Que as pedras do meu caminho
Meus pés suportem pisar
Mesmo ferido de espinhos me ajude a passar
Se ficaram mágoas em mim
Mãe tira do meu coração
E aqueles que eu fiz sofrer peço perdão
Se eu curvar meu corpo na dor
Me alivia o peso da cruz
Interceda por mim minha mãe junto a Jesus
Nossa Senhora me de a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida do meu destino
Nossa Senhora me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida do meu destino
Do meu caminho
Cuida de mim
Sempre que o meu pranto rolar
Ponha sobre mim suas mãos
Aumenta minha fé e acalma o meu coração
Grande é a procissão a pedir
A misericórdia o perdão
A cura do corpo e pra alma a salvação
Pobres pecadores oh mãe
Tão necessitados de vós
Santa Mãe de Deus tem piedade de nós
De joelhos aos vossos pés
Estendei a nós vossas mãos
Rogai por todos nós vossos filhos meus irmãos
Nossa Senhora me de a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida do meu destino
Do meu caminho
Cuida de mim...

A ORIGEM DO DIA DOS PAIS




A ORIGEM DO DIA DOS PAIS
Ao que tudo indica, o Dia dos Pais tem uma origem bem semelhante ao Dia das Mães, e em ambas as datas a idéia inicial foi praticamente a mesma: criar datas para fortalecer os laços familiares e o respeito por aqueles que nos deram a vida.
Conta a história que em 1909, em Washington, Estados Unidos, Sonora Louise Smart Dodd, filha do veterano da guerra civil, John Bruce Dodd, ao ouvir um sermão dedicado às mães, teve a idéia de celebrar o Dia dos Pais. Ela queria homenagear seu próprio pai, que viu sua esposa falecer em 1898 ao dar a luz ao sexto filho, e que teve de criar o recém-nascido e seus outros cinco filhos sozinho. Algumas fontes de pesquisa dizem que o nome do pai de Sonora era William Jackson Smart, ao invés de John Bruce Dodd.
Já adulta, Sonora sentia-se orgulhosa de seu pai ao vê-lo superar todas as dificuldades sem a ajuda de ninguém. Então, em 1910, Sonora enviou uma petição à Associação Ministerial de Spokane, cidade localizada em Washington, Estados Unidos. E também pediu auxílio para uma Entidade de Jovens Cristãos da cidade. O primeiro Dia dos Pais norte-americano foi comemorado em 19 de junho daquele ano, aniversário do pai de Sonora. A rosa foi escolhida como símbolo do evento, sendo que as vermelhas eram dedicadas aos pais vivos e as brancas, aos falecidos.
A partir daí a comemoração difundiu-se da cidade de Spokane para todo o estado de Washington. Por fim, em 1924 o presidente Calvin Coolidge, apoiou a idéia de um Dia dos Pais nacional e, finalmente, em 1966, o presidente Lyndon Johnson assinou uma proclamação presidencial declarando o terceiro domingo de junho como o Dia dos Pais (alguns dizem que foi oficializada pelo presidente Richard Nixon em 1972).
No Brasil, a idéia de comemorar esta data partiu do publicitário Sylvio Bhering e foi festejada pela primeira vez no dia 14 de Agosto de 1953, dia de São Joaquim, patriarca da família.
Sua data foi alterada para o 2º domingo de agosto por motivos comerciais, ficando diferente da americana e européia.
Pelo menos onze países também comemoram o Dia dos Pais à sua maneira e tradição.
Na Itália e Portugal, por exemplo, a festividade acontece no mesmo dia de São José, 19 de março. Apesar da ligação católica, essa data ganhou destaque por ser comercialmente interessante.
Reino Unido - No Reino Unido, o Dia dos Pais é comemorado no terceiro domingo de junho, sem muita festividade. Os ingleses não costumam se reunir em família, como no Brasil. É comum os filhos agradarem os pais com cartões, e não com presentes.
Argentina - A data na Argentina é festejada no terceiro domingo de junho com reuniões em família e presentes.
Grécia - Na Grécia, essa comemoração é recente e surgiu do embalo do Dia das Mães. Lá se comemora o Dia dos Pais em 21 de junho.
Portugal - A data é comemorada no dia 19 de março, mesmo dia que São José. Surgiu porque é comercialmente interessante. Os portugueses não dão muita importância para essa comemoração.
Canadá - O Dia dos Pais canadense é comemorado no dia 17 de junho. Não há muitas reuniões familiares, porque ainda é considerada uma data mais comercial.
Alemanha - Na Alemanha não existe um dia oficial dos Pais. Os papais alemães comemoram seu dia no dia da Ascensão de Jesus (data variável conforme a Páscoa). Eles costumam sair às ruas para andar de bicicleta e fazer piquenique.
Paraguai - A data é comemorada no segundo domingo de junho. Lá as festas são como no Brasil, reuniões em família e presentes.
Peru - O Dia dos Pais é comemorado no terceiro domingo de junho. Não é uma data muito especial para eles.
Austrália - A data é comemorada no segundo domingo de setembro, com muita publicidade.
África do Sul - A comemoração acontece no mesmo dia do Brasil, mas não é nada tradicional.
Rússia - Na Rússia não existe propriamente o Dia dos Pais. Lá os homens comemoram seu dia em 23 de fevereiro, chamada de "o dia do defensor da pátria" (Den Zaschitnika Otetchestva).
Independente do seu lado comercial, é uma data para ser muito comemorada, nem que seja para dizer um simples "Obrigado Papai" !

♫ Pai ♫
(Compositor e interprete: Fábio Jr.)

Pai!
Pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo prá gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez...
Pai!
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre
Esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz...
Pai!
Pode crer, eu tô bem
Eu vou indo
Tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura prá você renascer...
Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Prá falar de amor
Prá você...
Pai!
Senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida
Onde a vida só paga prá ver...
Pai!
Me perdoa essa insegurança
Que eu não sou mais
Aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu...
Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Prá pedir prá você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar
Ah! Ah! Ah!...
Pai!
Você foi meu herói meu bandido
Hoje é mais
Muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Pai!
Paz!...

MOVIMENTO OPERÁRIO NO BRASIL


MOVIMENTO OPERÁRIO NO BRASIL

Em 1917 eclodiu no Brasil a manifestação operária de impacto nacional orientada por organizações sindicais e partidos operários. O movimento não tinha caráter apenas reivindicatório, mas também revolucionário, ou seja, visava a transformação do sistema de governo. A greve geral de 1917 conseguiu paralisar São Paulo e o Rio de Janeiro e obter o atendimento de grande parte das reivindicações. Deu ânimo aos movimentos operários. Nos quatro anos seguintes, greves parciais pipocaram em diversas cidades brasileiras.
A greve geral ocorreu num momento peculiar: em meio à I Guerra Mundial, no mesmo ano em que a Revolução Russa chocava o mundo e poucos meses antes da implantação do regime socialista na Rússia. No Brasil, não foi a primeira greve; desde 1889, ocorreram vários movimentos parciais, restritos a determinadas fábricas e oficinas, em geral motivados por reivindicações econômicas. Ainda que esparsas, essas tentativas contribuíram para a organização de um movimento operário: em 1890 foi fundado o Partido Operário e, no ano seguinte, o Partido Anarquista. Até 1920, os anarquistas dominaram os movimentos e organizações operárias; elas eram fortes na Espanha e na Itália, países de origem de um grande número de imigrantes.
O movimento operário foi crescendo à medida que aumentava a industrialização do país. Em seus primórdios, esta se deu em condições bastantes desfavoráveis para os trabalhadores: a remuneração do trabalho era reduzida sempre que as empresas enfrentavam alguma crise ou sempre que havia muita oferta de mão-de-obra; as condições de trabalho eram extremamente precárias e as jornadas muito longas, mesmo para crianças; não havia nenhum tipo de previdência social; os salários eram baixos.
A greve de 1917 começou em São Paulo entre os operários de uma fábrica têxtil que reivindicavam aumento de 20% nos salários. A partir daí foi ganhando a adesão de outros trabalhadores, já que pela primeira vez unificaram-se as reivindicações. Um mês depois já eram 20 mil os grevistas, combatidos com violência pela polícia, o que só fez aumentar a solidariedade de outros trabalhadores. Bondes, iluminação, padarias, comércio em geral, todos esses setores aderiram, e a burguesia paulistana foi tomada pelo pânico. A radicalização aumentou de parte a parte e a greve só foi suspensa no dia 15 de julho, depois que uma comissão de jornalista resolveu servir de intermediária, promovendo um acordo em que os operários conseguiram seus intentos.
Em termos, pois quatro dias depois recomeçou a agitação, uma vez que muitos patrões não cumpriram o acordo. Dessa vez, as paralisações não se limitaram a São Paulo e pipocaram no Rio de Janeiro, em Curitiba e muitas outras cidades. Em agosto havia 70 mil grevistas por todo o país, número extremamente alto quando se considera o número reduzido de operários industriais no Brasil de então. Nos dois anos seguintes, as greves foram ainda uma constante, mas pouco a pouco o movimento foi perdendo o ímpeto. A partir de 1922, os movimentos reivindicatórios passaram a ser feitos por outros que não operários, com o crescimento das sedições políticas de caráter nacional.
A primeira greve operária conhecida entre nós (vitoriosa por sinal) ocorreu em 1858 no Rio de Janeiro, e mobilizou os tipógrafos dos jornais Correio Mercantil e Jornal do Comércio.
No plano estritamente social, alguns levantamentos apontam para a ocorrência de 41 manifestações operárias no Rio de Janeiro entre 1908 e 1916. Essas ações, capitaneadas sobretudo pelos trabalhadores de origem anarquista, galvanizava os operários têxteis, gráficos, marmoristas, cafés e bares. O movimento de 1917 resulta justamente do acúmulo de forças realizado nos anos anteriores.

TEMPOS MODERNOS
(Milton Nascimento e Fernando Brant)

O Brasil dos novecentos
é terra de novidade.
Automóvel e cinema
tomam conta da cidade
que cresce ouvindo disco
voando de aeroplano
trabalhando lá na fábrica
ou jogando futebol

A greve invade as ruas
toma conta de São Paulo
e o sonho anarquista
se mistura a outros sonhos:
o que segue com a Coluna
riscando o chão do país
e o que vira modernista
e faz a arte feliz
A liberdade e o novo
convivem no sonho do povo.


Versos distribuídos nas fábricas, sem indicação de autor, publicados no jornal “A Plebe”:

Quem de três tira noventa
Adivinhem quanto fica?
Esta conta é que atormenta
Que enfeza, que mortifica
Os pobres dos proletários.
Neste jogo de entremez
Ganham seis mil réis diários
Gastam trezentos por mês (...)
Custa a casa cento e tantos,
O sapato custa trinta
Roupa, nem se sabe quantos
O vendeiro não se finta (...)
A feira só para os ricos
O armazém para os ricaços
Se houvesse ao menos uns “bicos”
Tivéssemos quatro braços ...
Trabalha-se o dia inteiro,
À noite cai-se no chão.
Esta vida sem dinheiro
Não é de fome, é de cão!

CINEMA NOVO



O CINEMA NOVO
Em outubro de 1967, quando Gilberto Gil e Caetano Veloso apresentaram Domingo no parque e Alegria, alegria, no 3º Festival da TV Record, logo houve quem percebesse que as duas canções eram influenciadas pela narrativa cinematográfica; repletas de cut-ups, justaposições e flashbacks. Tal suposição seria confirmada pelo próprio Caetano quando ele declarou que fora “mais influenciado por Godard e Glauber do que pelos Beatles ou Dylan”. Na verdade, em 1967, no Brasil, o cinema era o que havia de mais intenso e “revolucionário”, superando o próprio teatro, cuja inquietação e cujo experimentalismo tinham incentivado os cineastas a iniciar o movimento que ficou conhecido como Cinema Novo.
O Cinema Novo nasceu na virada da década de 1950 para a de 1960, sobre as cinzas dos estúdios Vera Cruz (empresa paulista que faliu erm 1957 depois de produzir dezoito filmes), sob a tirania da ”chanchada” (gênero humorístico chulo) e por inspiração do neo- realismo italiano e dos textos dos críticos e cinastas Paulo Emílio Sales Gomes, Gustavo Dahl, Jean-Claude Bernardet e, sobretudo, Glauber Rocha. Todos faziam parte de um grupo que tentava encontrar “um caminho” para o cinema brasileiro.
“Nossa geração sabe o que quer”, dizia o baiano Glauber já em 1963.”Queremos fazer filmes antiindustriais; queremos fazer filmes de autor, quando o cineasta passa a ser um artista comprometido com os grande problemas de seu tempo; queremos filmes de combate na hora do combate”. Inspirado por Rio 40 graus e por Vidas secas, que Nelson Pereira dos Santos lançara em 1954 e 1963, Glauber Rocha – com “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça” – transformaria a precariedade de meios em recurso estético mudando, com Deus e o Diabo na terra do sol, a história do cinema no Brasil.
Com seu “estranho surrealismo tropical” e a violência imagística inerente a cada plano, Deus e o Diabo na terra do sol não apenas causou sensação no Festival de Cannes de 1965 como, ao abordar de forma onírica dois fenômenos sociais típicos da caatinga – o messianismo (estilo Antônio Conselheiro) e o cangaço (à Lampião-Corisco) – pôs em xeque a tradicional narrativa dramática do cinema “ideológico”. Dois anos depois, ainda mergulhado em sua sensibilidade estética alegórica e profética, Glauber lançou Terra em transe, filme que, ao discutir a “crise de consciência” das esquerdas e do populismo, talvez tenha marcado o auge do Cinema Novo, além de ter sido uma das fontes de inspiração do Tropicalismo.
A ponte entre o Cinema Novo e Tropicalismo ficaria mais evidente com o lançamento, em 1969, de Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade. Não só pela óbvia aproximação com a Antropofagia inerente à rapsódia de Mário de Andrade, mas também porque, ao fazer o filme, Joaquim Pedro esforçou-se por torná-lo um “produto” afinado com a “cultura de massa”, “A proposição de consumo de massa no Brasil é uma proposição moderna, é algo novo. A grande audiência de TV entre nós é um fenômeno novo. É uma posição avançada para o cineasta tentar ocupar um lugar dentro dessa situação”, disse ele.
Incapaz de satisfazer plenamente as exigências do mercado, o Cinema Novo deu seus últimos suspiros em fins da década de 1970 – período que marcou o auge das potencialidades comerciais do cinema feito no Brasil. Em 1992, o então presidente Collor acabou com a Embrafilme e a indústria cinematográfica do país entrou numa fase negra, da qual só começou a se recuperar na segunda metade da década de 1990, com filmes como Carlota Joaquina e O quatrilho.

♫ Cinema Novo ♫

(Letra: Caetano Veloso; Música: Gilerto Gil)
O filme quis dizer: "Eu sou o samba"
A voz do morro rasgou a tela do cinema
E começaram a se configurar
Visões das coisas grandes e pequenas
Que nos formaram e estão a nos formar
Todas e muitas: Deus e o Diabo
Vidas Secas, Os Fuzis
Os Cafajestes, O Padre e a Moça,
A Grande Feira, O Desafio
Outras conversas, outras conversas
Sobre os jeitos do Brasil
Outras conversas sobre os jeitos do Brasil
A bossa-nova passou na prova
Nos salvou na dimensão da eternidade
Porém, aqui embaixo "a vida"
Mera "metade de nada"
Nem morria nem enfrentava o problema
Pedia soluções e explicações
E foi por isso que as imagens do país desse cinema
Entraram nas palavras das canções
Entraram nas palavras das canções
Primeiro, foram aquelas que explicavam
E a música parava pra pensar
Mas era tão bonito que parasse
Que a gente nem queria reclamar
Depois, foram as imagens que assombravam
E outras palavras já queriam se cantar
De ordem, de desordem, de loucura
De alma à meia-noite e de indústria
E a terra entrou em transe, ê
No sertão de Ipanema
Em transe, ê
No mar de Monte Santo
E a luz do nosso canto
E as vozes do poema
Necessitaram transformar-se tanto
Que o samba quis dizer
O samba quis dizer: "Eu sou cinema"
O samba quis dizer: "Eu sou cinema"
Aí o anjo nasceu
Veio o bandido meteorango Hitler
Terceiro Mundo
Sem Essa, Aranha, Fome de Amor
E o filme disse: "Eu quero ser poema"
Ou mais: "Quero ser filme, e filme-filme"
Acossado no limite da garganta do diabo
Voltar à Atlântida e ultrapassar o eclipse
Matar o ovo e ver a Vera Cruz
E o samba agora diz: "Eu sou a luz"
Da lira do delírio, da alforria de Xica
De toda a nudez de Índia
De flor de Macabéia, de Asa Branca
Meu nome é Stelinha, é Inocência
Meu nome é Orson Antônio Vieira
Conselheiro de Pixote Super Outro
Quero ser velho, de novo eterno
Quero ser novo de novo
Quero ser Ganga Bruta e clara gema
Eu sou o samba, viva o cinema
Viva o Cinema Novo