
Infância e estudos
Filho de Ángel Castro Argiz, imigrante da Galiza, e Lina Ruz González, Fidel Castro foi educado em colégios jesuítas. Atuou como acólito (ajudante do padre na missa). Em 1945 entrou na Universidade de Havana, na faculdade de Direito e no segundo ano editou o periódico mensal Saeta, no qual reproduzia além de outras coisas, conferências de classes para entregar gratuitamente a seus colegas de estudo. Depois de graduado em 1949, dedicou-se de modo especial à defesa dos opositores ao governo, trabalhadores e sindicatos, denunciando as corrupções e atos ilegais do governo de Carlos Prío através do diário Alerta e das emissoras Radio Álvarez e COCO e se vinculou estreitamente ao Partido do Povo Cubano (Ortodoxo) que era liderado por Eduardo Chibás, partido pelo qual seria candidato a Representante nas eleições de 1952. O golpe de estado em 10 de março de 1952 por Fulgêncio Batista, ao qual Fidel condenou no diário La Palabra o convenceu da necessidade de buscar novas formas de ação para transformar a sociedade cubana. Nos dias que seguiram o golpe, imprimiu e distribuiu clandestinamente sua denúncia. Se uniu a jovens que editavam o periódico clandestino, Son los Mismos, sugeriu a troca de seu nome pelo de El Acusador e foi co-editor deste novo órgão, onde assinou seus trabalhos apenas com seu segundo nome, Alejandro. Daquele grupo sairia o núcleo inicial de jovens que sob seu comando atacariam de assalto os quartéis de Moncada em Santiago de Cuba e de Céspedes, em Bayamo, em 26 de julho de 1953 e fundaria depois o Movimento Revolucionário 26 de Julho (M-26-7).
A história me absolverá
Fidel foi preso e no julgamento que se seguiu pelas ações, assumiu sua própria defesa e defendeu o direito dos povos de lutarem contra a tirania. Condenado a vinte e seis de prisão, começou a cumprir a pena na prisão de Boniato, em Santiago de Cuba, e depois foi transferido ao Presidio Modelo, em Isla de Pinos, onde reelaborou sua auto-defesa que levou o nome de "A história me absolverá" que teve sua primeira publicação e distribuição clandestinas em 1954 e foi reeditada inúmeras vezes em Cuba, como em muitos outros países e traduzido em diversos idiomas. Após ser anistiado, em maio de 1955, volta a escrever no diário La Calle e no semanário Bohemia e participa de eventos radioauditivos e televisivos, enquanto estruturava o movimento 26 de julho. Porém, ao começarem a censurar seus artigos e a cerrarem as vias e meios legais de expressão de suas idéias, decidiu rumar, dois meses depois de solto, ao seu exílio no México, onde trabalhou na preparação dos homens que o acompanhariam em seu intento de iniciar a luta insurrecional em Cuba, participou em atividades políticas, escreveu o Manifesto número um do Movimento 26 de Julho ao povo de Cuba que circulou clandestinamente na Ilha.
A Revolução
Em 1955, viajou aos E.U.A. em busca de apoio dos emigrados cubanos neste país e pronunciou discursos em Nova York e Miami. Ao fim de novembro de 1956, partiu do porto mexicano de Tuxpan, a bordo do Iate Granma, com varias dezenas de combatentes e em 2 de dezembro desembarcaram na praia Las Coloradas, próxima a Niquero (Oriente), e se abrigaram em Sierr Maestra onde permaneceu por mais de dois anos a frente do Exército Rebelde Cubano, do qual era Comandante em Chefe. Neste ínterim, desenhou e guiou a tática e a estratégia da luta contra Fulgêncio, financiada e apoiada pelos norte-americanos e pela unidade de ação das forças opositoras revolucionárias. Comandou diversos combates que culminaram em vitórias de suas tropas, orientou a criação de novas frentes guerrilheiras em Oriente e Las Villas, trabalhou na preparação de leis fundamentais que deveriam promulgar-se uma vez alcançada a vitória e divulgou suas idéias através de meios improvisados na própria Sierra Maestra como o periódico El Cubano Libre, a emissora Radio Rebelde e mediante entrevistas realizadas por jornalistas cubanos e estrangeiros.
Pós-revolução
Com a fuga de Batista em 1º de janeiro de 1959, convocou generais para consolidar a vitória da Revolução e marchou até Havana, onde entrou em 8 de janeiro. O Governo revolucionário instaurado o designou primeiramente Comandante em Chefe de todas as Forças Armadas, terrestres, aéreas e marítimas e depois, em meados de fevereiro, Primeiro Ministro. Castro visitou os E.U.A. após a vitória. A antiga URSS deu apoio econômico e militar à Ilha, comprando a maioria do açúcar cubano. A partir de então, Cuba passou a sofrer um embargo econômico por parte dos E.U.A. Castro então começou a impulsionar a criação de um novo aparato estatal, escreveu leis a favor dos setores carentes, como a lei de Reforma Agrária, assinada em Sierra Maestra, em 17 de maio. Também fundou o Instituto Nacional de Reforma Agrária e instituições culturais como a Imprensa Nacional de Cuba e o Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica, nacionalizou empresas estrangeiras, desenvolveu a indústria nacional e a diversificação agrícola e a Campanha de Alfabetização (pioneira no mundo), a nacionalização e gratuidade do ensino em todos os níveis, a eliminação da saúde pública privada e do desporto profissional, a melhoria das condições de vida dos setores mais populares, o estabelecimento de vínculos com nações de todo o mundo e todos os sistemas sociais de governo, a incorporação de Cuba ao Movimento de Países Não Alinhados, a definição de uma política exterior independente, e a declaração do caráter socialista da Revolução Cubana.
Canto a Fidel
Por: Ernesto "Che" Guevara
por caminhos longínquos e desconhecidos,
liberar o grande caimão verde* que você tanto ama...
Quando soar o primeiro tiro
e na virginal surpresa toda selva despertar,
lá, ao seu lado, seremos combatentes
você nos terá.
Quando sua voz proclamar para os quatro ventos
reforma agrária, justiça, pão e liberdade,
lá, ao seu lado, com sotaque idêntico,
você nos terá.
E quando o final da batalha
para a operação de limpeza contra o tirano chegar,
lá, ao seu lado, prontos para a última batalha,
você nos terá...
E se o nosso caminho for bloqueado pelo ferro,
pedimos uma mortalha de lágrimas cubanas
para cobrir nossos ossos guerrilheiros
no trânsito para a história da América.
Nada mais.”
* Caimão verde era o nome alegórico atribuído à ilha de Cuba.(poema escrito pouco tempo antes de embarcarem no iate Granma rumo a Cuba)
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