O Japão vivia, desde o final do século XIX, uma crise demográfica. O fim do feudalismo deu espaço para a mecanização da agricultura. A pobreza passou a assolar o campo e as cidades ficaram saturadas. Emprego tornou-se cada vez mais raro no país, formando uma massa de trabalhadores rurais miseráveis. No Brasil, na época, faltava mão-de-obra na zona rural. Em 1902, o governo da Itália proibiu a imigração subsidiada de italianos para São Paulo. Naquela época, a Itália tinha a maior corrente imigratória para o Brasil.
As fazendas de café, principal produto exportador do Brasil na época, passaram a sentir a falta de trabalhadores com a diminuição drástica da chegada de italianos. O governo brasileiro, então, decidiu-se por atrair imigrantes do Japão. Além do mais, com a eclosão da Primeira Guerr Mundial, os japoneses foram proibidos de imigrar para os Estados Unidos.
O primeiro navio a aportar no Brasil com os japoneses foi o Kasato Maru, em 18 de Junho de 1908, no Porto de Santos. Trazia 165 famílias, que vinham trabalhar nos cafezais paulistas. Nos primeiros sete anos, vieram mais 3.434 famílias. Com o fim da Grande Guerra, em 1918, o fluxo de imigrantes japoneses para o Brasil cresceu enormemente. O governo japonês passou a incentivar a vinda para o Brasil, por diversos motivos: o campo e cidades japonesas estavam superlotados, causando pobreza e desemprego. O governo também queria a expansão da etnia japonesa para outros lugares e também que a cultura japonesa fosse enraizada nas Américas, a começar pelo Brasil.
As primeiras gerações
A primeira geração nascida no Brasil viveu de forma semelhante aos pais imigrantes. Ainda dominados pelo desejo de regresso ao Japão, os imigrantes educavam seus filhos dentro da cultura japonesa. As crianças eram educadas em escolas japonesas fundadas pela comunidade. A predominância do meio rural facilitou tal isolamento. A segunda geração viu, definitivamente, sepultada a esperança de retornar ao Japão. A eclosão da Segunda Guerra Mundial abalava a terra natal. Era mais seguro permanecer na América. Muitos imigrantes começam a chegar neste período, atraídos pelos parentes que já vivam no Brasil.
Quando o Brasil declarou guerra ao Japão, os japoneses foram perseguidos pelo governo brasileiro, e assim como aconteceu com as comunidades alemã e italiana do Brasil, a língua japonesa foi proibida de ser falada no País. Escolas japonesas foram fechadas e manifestações culturais nipônicas proibidas. Em meio à situação, surgiu o Shindo Renmei, em japonês, liga do caminho dos súditos, uma organização extremista japonesa criada no Brasil, para impedir que as "notícias falsas da derrota" se espalhassem e para por fim aos "derrotistas", também apelidados "Corações Sujos". Com a terceira geração, os descendentes de japoneses passaram a se abrir definitivamente à sociedade brasileira. Ocorre, sobretudo na década de 1960, um grande êxod rural. Os japoneses saem do campo e vão para as cidades para concluir os estudos. Nas cidades, começaram a trabalhar em ramos ainda com raízes campestres. Pequenos armazéns foram abertos, onde vendiam produtos agrícolas, como frutas e legumes ou peixes. Os mais jovens se dedicaram aos estudos. O Bairro da Liberdade, em São Paulo, é um exemplo da força da comunidade nipo-brasileira.
Miscigenação
Uma das características da sociedade brasileira é a miscigenação mas, no caso dos nipo-brasileiros, essa miscigenação levou um tempo maior para acontecer. O casamento fora da colônia japonesa não era aceito pela maioria dos imigrantes, pois a maioria pretendia voltar para o Japão, e, casando-se com um não-japonês, teriam que permanecer no Brasil. Porém, o lado étnico-cultural foi o que mais dificultou, inicialmente, a miscigenação. Esse isolamento étnico acabou por se deteriorar a partir da década de 1970. Os imigrantes de primeira geração raramente se casavam com um não-japonês, porém, a partir das segunda e terceira gerações, o fenômeno da miscigenação passou a fazer parte da realidade do japonês no Brasil. Em contrapartida, hoje em dia vivem no Japão mais de 300 mil brasileiros, a maioria dos quais são dekasseguis (brasileiros de origem japonesa e seus cônjuges, que vão ao Japão para trabalhar, a grande maioria como operários na indústria). A comunidade brasileira no Japão é a terceira maior fora do Brasil e, por sua vez, é a terceira maior comunidade imigrante no Japão, atrás apenas dos coreanos e chineses.
A escola de samba Unidos do Porto da Pedra, em seu enredo para 2008, resolveu homenagear os cem anos da imigração japonesa para o Brasil e levou para a Av. Marques de Sapucaí a saga desse povo obstinado que contribuiu de maneira significativa para o desenvolvimento da economia brasileira. (Wikipédia, a enciclopédia livre).
G.R.E.S.UNIDOS DO PORTO DA PEDRA
Compositores: David de Souza, Fábio Costa e Carlos Junior
Brasil!
As fazendas de café, principal produto exportador do Brasil na época, passaram a sentir a falta de trabalhadores com a diminuição drástica da chegada de italianos. O governo brasileiro, então, decidiu-se por atrair imigrantes do Japão. Além do mais, com a eclosão da Primeira Guerr Mundial, os japoneses foram proibidos de imigrar para os Estados Unidos.
O primeiro navio a aportar no Brasil com os japoneses foi o Kasato Maru, em 18 de Junho de 1908, no Porto de Santos. Trazia 165 famílias, que vinham trabalhar nos cafezais paulistas. Nos primeiros sete anos, vieram mais 3.434 famílias. Com o fim da Grande Guerra, em 1918, o fluxo de imigrantes japoneses para o Brasil cresceu enormemente. O governo japonês passou a incentivar a vinda para o Brasil, por diversos motivos: o campo e cidades japonesas estavam superlotados, causando pobreza e desemprego. O governo também queria a expansão da etnia japonesa para outros lugares e também que a cultura japonesa fosse enraizada nas Américas, a começar pelo Brasil.
As primeiras gerações
A primeira geração nascida no Brasil viveu de forma semelhante aos pais imigrantes. Ainda dominados pelo desejo de regresso ao Japão, os imigrantes educavam seus filhos dentro da cultura japonesa. As crianças eram educadas em escolas japonesas fundadas pela comunidade. A predominância do meio rural facilitou tal isolamento. A segunda geração viu, definitivamente, sepultada a esperança de retornar ao Japão. A eclosão da Segunda Guerra Mundial abalava a terra natal. Era mais seguro permanecer na América. Muitos imigrantes começam a chegar neste período, atraídos pelos parentes que já vivam no Brasil.
Quando o Brasil declarou guerra ao Japão, os japoneses foram perseguidos pelo governo brasileiro, e assim como aconteceu com as comunidades alemã e italiana do Brasil, a língua japonesa foi proibida de ser falada no País. Escolas japonesas foram fechadas e manifestações culturais nipônicas proibidas. Em meio à situação, surgiu o Shindo Renmei, em japonês, liga do caminho dos súditos, uma organização extremista japonesa criada no Brasil, para impedir que as "notícias falsas da derrota" se espalhassem e para por fim aos "derrotistas", também apelidados "Corações Sujos". Com a terceira geração, os descendentes de japoneses passaram a se abrir definitivamente à sociedade brasileira. Ocorre, sobretudo na década de 1960, um grande êxod rural. Os japoneses saem do campo e vão para as cidades para concluir os estudos. Nas cidades, começaram a trabalhar em ramos ainda com raízes campestres. Pequenos armazéns foram abertos, onde vendiam produtos agrícolas, como frutas e legumes ou peixes. Os mais jovens se dedicaram aos estudos. O Bairro da Liberdade, em São Paulo, é um exemplo da força da comunidade nipo-brasileira.
Miscigenação
Uma das características da sociedade brasileira é a miscigenação mas, no caso dos nipo-brasileiros, essa miscigenação levou um tempo maior para acontecer. O casamento fora da colônia japonesa não era aceito pela maioria dos imigrantes, pois a maioria pretendia voltar para o Japão, e, casando-se com um não-japonês, teriam que permanecer no Brasil. Porém, o lado étnico-cultural foi o que mais dificultou, inicialmente, a miscigenação. Esse isolamento étnico acabou por se deteriorar a partir da década de 1970. Os imigrantes de primeira geração raramente se casavam com um não-japonês, porém, a partir das segunda e terceira gerações, o fenômeno da miscigenação passou a fazer parte da realidade do japonês no Brasil. Em contrapartida, hoje em dia vivem no Japão mais de 300 mil brasileiros, a maioria dos quais são dekasseguis (brasileiros de origem japonesa e seus cônjuges, que vão ao Japão para trabalhar, a grande maioria como operários na indústria). A comunidade brasileira no Japão é a terceira maior fora do Brasil e, por sua vez, é a terceira maior comunidade imigrante no Japão, atrás apenas dos coreanos e chineses.
A escola de samba Unidos do Porto da Pedra, em seu enredo para 2008, resolveu homenagear os cem anos da imigração japonesa para o Brasil e levou para a Av. Marques de Sapucaí a saga desse povo obstinado que contribuiu de maneira significativa para o desenvolvimento da economia brasileira. (Wikipédia, a enciclopédia livre).
G.R.E.S.UNIDOS DO PORTO DA PEDRA
Compositores: David de Souza, Fábio Costa e Carlos Junior
Brasil!
Abra o leque ao Japão, são 100 anos de imigração
O show vai começar
De São Gonçalo o meu tigre se transforma em toráImperador da cultura milenar
No templo dourado a mãe natureza
Sopra o vento da paz, encontro marcado com a sutileza
Há luz, bambus, bonsaisGira baiana, oh! mãe do samba
Emana cerejeira em flor
Na grande viagem, fé na bagagem
A esperança navegou
O maru cruzou o mar
O maru cruzou o mar
Lançado à sorte, o braço forte na lavoura trabalhou
A liberdade cultura viva
Terra querida é luz e cor
O sopro do gênio o fez samurai
O sopro do gênio o fez samurai
Quem foi Manabu? das artes o pai
Quem dobra o papel com as mãos do céu
Faz do origami pedaço de paz
Vai um sushi saborear
Vi um gato no mangá, o gato é sorte
Vem coração oriental
Vem na era digital me dar suporte
Japão, o sol nascente brilha em cada um de nós
Em azakusa agora explode a minha voz
E a lágrima que cai é de emoção
A verdade que embala o meu coração
A verdade que embala o meu coração
É a Porto da Pedra a minha paixão
Aplausos que o show vai terminar
Ô Ô Me perdoe se eu chorar.
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