quinta-feira, 5 de junho de 2008

A ESCRAVIDÃO E A ABOLIÇÃO



A ESCRAVIDÃO E A ABOLIÇÃO

A escravidão existiu desde a Antigüidade, entre vários povos, sendo ampliada no final do século III, devido à crise da Agricultura e outras necessidades de mão-de-obra.
No fim da Idade Média (séculos XII e XIV), o tráfico de escravos progrediu consideravelmente nos países mediterrâneos, principalmente, nas colônias européias da América.
No Brasil recém-descoberto, após a fracassada escravidão dos ameríndios, processou-se a busca dos africanos, cuja mão-de-obra se ajustava à Agricultura e o regime do trabalho servil. As primeiras chegadas de negros se deram por volta de 1540. Em 1542, o donatário de Pernambuco solicitou autorização para adquirir, por conta própria, escravos da Guiné, sob a alegação de não poder arcar com a empresa açucareira e com o soldo dos empregados. Em 1559, a Corte decidiu permitir o ingresso de escravos negros no Brasil; cada senhor de engenho poderia resgatar 120 escravos do Congo.
A corrente negreira aumentou no século XVIII, só se detendo em 1850, devido, principalmente, à pressão inglesa. A população negra aumentou tanto no País que, entre 1823 e 1850, um terço dos habitantes era constituído de escravos.
Mas, por esta época, a escravidão já ia terminando em quase todos os lugares. A partir de 1870, o Brasil era o único país do Ocidente em que ainda perdurava. “A morosidade de seu término se devia, principalmente, à representação legislativa, à personalidade do Imperador e à estrutura da sociedade brasileira.”
O começo do fim da escravatura no Brasil se deu com a lei Eusébio de Queirós (promulgada a 4 de setembro de 1850), estancando o tráfico negreiro. A segunda fase veio em 1871, com a lei do ventre livre. Ficava, desta forma, pelo menos teoricamente, extinta a escravidão no Brasil pelo estancamento das fontes: importação e nascimento.
Gente de peso, como Joaquim Nabuco e Rui Barbosa, lançava-se de corpo e alma, à campanha abolicionista, que engrossava por toda a parte. Em 1885, a lei Saraiva emancipava os escravos com mais de 65 anos, o que já libertava, de imediato, 120.000 negros.
Clubes abolicionistas foram criados e multiplicados pelo País, articulados, no Rio de Janeiro, pela Confederação Abolicionista. Alguns estados já começavam a abolir a escravidão, como o Ceará e o Amazonas, em 1884, seguidos de três municípios do Rio Grande do Sul. Em vários lugares, os escravos fugidos recebiam ajuda do povo ou deixavam de ser capturados pela polícia.
Os senhores de terras já iam se acostumando a contratar mão-de-obra não escrava; basta lembrar que, por volta de 1880, o número de trabalhadores livres de muitas fazendas superava ao de escravos, cuja aquisição não mais compensava.
Porém, a situação se complicava cada vez mais para os escravistas, até que, em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a célebre lei nº 3.353 – Lei Áurea – do seguinte teor:”Artigo 1º; É declarada extinta a escravidão no Brasil, Artigo 2º; Revogam-se as disposições em contrário”.
(Do livro: “Estudos Brasileiros”, MC Ferreira)

COMPOSIÇÕES

“A Mão da Limpeza”
Composição: Gilberto Gil / Chico Buarque

O branco inventou que o negro
Quando não suja na entrada
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Que mentira danada, ê
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o negro penava, ê
Mesmo depois de abolida a escravidão
Negra é a mão
De quem faz a limpeza
Lavando a roupa encardida, esfregando o chão
Negra é a mão
É a mão da pureza
Negra é a vida consumida ao pé do fogão
Negra é a mão
Nos preparando a mesa
Limpando as manchas do mundo com água e sabão
Negra é a mão
De imaculada nobreza
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
Eta branco sujão

“13 de Maio”Composição: Caetano Veloso
Dia 13 de maio em Santo Amaro
Na Praça do Mercado
Os pretos celebravam (Talvez hoje inda o façam)
O fim da escravidão
Da escravidão
O fim da escravidão
Tanta pindoba!
Lembro do aluá
Lembro da maniçoba
Foguetes no ar
Pra saudar Isabel
Ô Isabé
Pra saudar Isabé

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