Movimento social do interior do Nordeste brasileiro, entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX. Caracteriza-se pela ação violenta de grupos armados de sertanejos – os cangaceiros – e pelos confrontos com o poder dos coronéis, da polícia, dos governos estadual e federal.
Os cangaceiros percorrem os sertões do Nordeste, assaltam viajantes nas estradas, invadem propriedades, pilham os vilarejos e aterrorizam os povoados. Em grande parte derivam de antigos bandos de jagunços – tropas particulares de grandes proprietários – que passaram a atuar por conta própria. Desenvolvem táticas de ataque e despistamento, criam lideranças e até uma nova imagem, marcada pelo colorido vivo das roupas, pelos adereços de couro e por atos de coragem e bravura nos constantes embates com as volantes – pelotões da polícia enviados para sua perseguição.
Cangaceiros – Consta que o primeiro cangaceiro teria sido o Cabeleira (José Gomes), líder sertanejo que atuou em Pernambuco no final do século XVIII. Mas é um século mais tarde que o cangaço ganha força e prestígio, principalmente com Antônio Silvino, Lampião e Corisco. Antônio Silvino (Manuel Batista de Morais) começa a atuar em Pernambuco em 1896, passando depois ao Rio Grande do Norte, onde é preso e condenado em 1918. Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), filho de um pequeno fazendeiro de Vila Bela, atual Serra Talhada, em Pernambuco, envolve-se em disputas de terras da família e, no início dos anos 20, embrenha-se no sertão à frente de um grupo de cangaceiros. Do Ceará até a Bahia, o bando de Lampião enfrenta os coronéis e as polícias estaduais; às vezes, também é chamado para combater os adversários do governo. Valente, de hábitos refinados e, desde 1930, acompanhado de Maria Bonita, Lampião – ou Capitão Virgulino – torna-se uma figura conhecida no país e até no exterior.
Por parte das autoridades Lampião simbolizava a brutalidade, o mal, uma doença que precisava ser cortada. Para uma parte da população do sertão ele encarnou valores como a bravura, o heroísmo e o senso da honra.
O cangaço teve o seu fim a partir da decisão do Presidente da República, o Ditador Getúlio Vargas, de eliminar todos e qualquer foco de desordem sobre o territorio nacional. O regime denominado Estado Novo incluiu Lampião e seus cangaceiros na categoria de extremistas. A sentença passou a ser matar todos os cangaceiros que não se rendessem.
Implacavelmente caçado, Lampião é encurralado e morto em seu refúgio de Angicos, uma fazenda na região do Raso da Catarina, na divisa entre Sergipe e Bahia, em 1938. O compositor Rogério Franco ilustra em versos na sua música, (Raso da Catarina) o Fato Histórico:
MADRUGADA EM ANGICO, NA CAATINGA DO SERTÃO
CANGACEIRO DE MARIA E PADIM CIÇO ROMÃO
NA TOCAIA METRALHADO, MORREU O MEU CAPITÃO
NAS MARGENS DO SÃO FRANCISCO, NUM LAJEDO SEM SAÍDA
QUE O BANDO DE VIRGULINO, CAIU NUMA ARMADILHA
VINTE ANOS DE REINADO, MORREU SEM DIREITO A BRIGA
ÊITA PRÁ LÁ, DO RASO DA CATARINA
QUE A VOLANTE DA CHACINA
METRALHOU MEU CAPITÃO
Ê TRAIÇÃO, O SERTÃO TINHA MUDADO
LAMPIÃO FOI FUZILADO
PELOS MACACOS DE JOÃO
APETRECHOS CAPRICHOSOS E ARMADURA ENCOURAÇADA
UMA VIDA DE CINEMA, BATENDO EM RETIRADA
CÃO LENDÁRIO DE OLHO CEGO, NASCIDO EM SERRA TALHADA
GOSTAVA TANTO DE JAZZ, QUE INVENTOU O XAXADO
DO CHIADO DA CHINELA E RIFLE DE PONTA RISCADO
CANGACEIRO BONAPARTE, SERÁ PARA SEMPRE LEMBRADO.
Um de seus amigos mais íntimos, Corisco (Cristiano Gomes da Silva), o Diabo Louro, prossegue na luta contra as forças policiais da Bahia para vingar a morte do Rei do Cangaço, morrendo em tiroteio com uma volante em 1940. O cangaço chega ao fim.
Os cangaceiros percorrem os sertões do Nordeste, assaltam viajantes nas estradas, invadem propriedades, pilham os vilarejos e aterrorizam os povoados. Em grande parte derivam de antigos bandos de jagunços – tropas particulares de grandes proprietários – que passaram a atuar por conta própria. Desenvolvem táticas de ataque e despistamento, criam lideranças e até uma nova imagem, marcada pelo colorido vivo das roupas, pelos adereços de couro e por atos de coragem e bravura nos constantes embates com as volantes – pelotões da polícia enviados para sua perseguição.
Cangaceiros – Consta que o primeiro cangaceiro teria sido o Cabeleira (José Gomes), líder sertanejo que atuou em Pernambuco no final do século XVIII. Mas é um século mais tarde que o cangaço ganha força e prestígio, principalmente com Antônio Silvino, Lampião e Corisco. Antônio Silvino (Manuel Batista de Morais) começa a atuar em Pernambuco em 1896, passando depois ao Rio Grande do Norte, onde é preso e condenado em 1918. Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), filho de um pequeno fazendeiro de Vila Bela, atual Serra Talhada, em Pernambuco, envolve-se em disputas de terras da família e, no início dos anos 20, embrenha-se no sertão à frente de um grupo de cangaceiros. Do Ceará até a Bahia, o bando de Lampião enfrenta os coronéis e as polícias estaduais; às vezes, também é chamado para combater os adversários do governo. Valente, de hábitos refinados e, desde 1930, acompanhado de Maria Bonita, Lampião – ou Capitão Virgulino – torna-se uma figura conhecida no país e até no exterior.
Por parte das autoridades Lampião simbolizava a brutalidade, o mal, uma doença que precisava ser cortada. Para uma parte da população do sertão ele encarnou valores como a bravura, o heroísmo e o senso da honra.
O cangaço teve o seu fim a partir da decisão do Presidente da República, o Ditador Getúlio Vargas, de eliminar todos e qualquer foco de desordem sobre o territorio nacional. O regime denominado Estado Novo incluiu Lampião e seus cangaceiros na categoria de extremistas. A sentença passou a ser matar todos os cangaceiros que não se rendessem.
Implacavelmente caçado, Lampião é encurralado e morto em seu refúgio de Angicos, uma fazenda na região do Raso da Catarina, na divisa entre Sergipe e Bahia, em 1938. O compositor Rogério Franco ilustra em versos na sua música, (Raso da Catarina) o Fato Histórico:
MADRUGADA EM ANGICO, NA CAATINGA DO SERTÃO
CANGACEIRO DE MARIA E PADIM CIÇO ROMÃO
NA TOCAIA METRALHADO, MORREU O MEU CAPITÃO
NAS MARGENS DO SÃO FRANCISCO, NUM LAJEDO SEM SAÍDA
QUE O BANDO DE VIRGULINO, CAIU NUMA ARMADILHA
VINTE ANOS DE REINADO, MORREU SEM DIREITO A BRIGA
ÊITA PRÁ LÁ, DO RASO DA CATARINA
QUE A VOLANTE DA CHACINA
METRALHOU MEU CAPITÃO
Ê TRAIÇÃO, O SERTÃO TINHA MUDADO
LAMPIÃO FOI FUZILADO
PELOS MACACOS DE JOÃO
APETRECHOS CAPRICHOSOS E ARMADURA ENCOURAÇADA
UMA VIDA DE CINEMA, BATENDO EM RETIRADA
CÃO LENDÁRIO DE OLHO CEGO, NASCIDO EM SERRA TALHADA
GOSTAVA TANTO DE JAZZ, QUE INVENTOU O XAXADO
DO CHIADO DA CHINELA E RIFLE DE PONTA RISCADO
CANGACEIRO BONAPARTE, SERÁ PARA SEMPRE LEMBRADO.
Um de seus amigos mais íntimos, Corisco (Cristiano Gomes da Silva), o Diabo Louro, prossegue na luta contra as forças policiais da Bahia para vingar a morte do Rei do Cangaço, morrendo em tiroteio com uma volante em 1940. O cangaço chega ao fim.