Desde a criação da província do Paraná, em 1853, seus dirigentes questionavam os limites estabelecidos, sobretudo com Santa Catarina. Essa divergência levou ao surgimento da Questão do Contestado. O termo contestado deriva do verbo contestar, questionar, e passou a designar a região que foi objeto de disputa entre Santa Catarina e Paraná.
Em 1890, um grupo de catarinenses solicitou ao governo brasileiro uma definição de limites entre os dois estados. Não obtendo resposta, os catarinenses resolveram entrar com uma ação judicial, reivindicando a posse da região situada ao sul dos rios Negro e Iguaçu.
Por duas vezes, o governo deu ganho de causa a Santa Catarina, mas o Paraná adiou a execução da sentença.
Paralelamente a essa questão de limites, em 1910, a Brazil Railway Company, uma empresa norte-americana, conclui a estrada de ferro que ligava o estado de São Paulo ao Rio Grande do Sul. Em seguida, cumprindo um dos termos do contrato, a companhia deu início à colonização de uma faixa de 15 quilômetros de cada lado da via férrea. Não levou em conta, porém, o fato de essa área já pertencer a pequenos proprietários e lavradores, que ficaram descontentes com a interferência da companhia em suas terras.
Pouco depois, a Lumber, poderosa madeireira estrangeira ligada à Brazil Railway Company, estabeleceu-se na zona sob contestação. Essa companhia tinha autorização para explorar a madeira da região, desde que a colonizasse.
A atividade dessa empresa, porém, afastava cada vez mais a possibilidade de um acordo entre o Paraná e Santa Catarina, pois ambos queriam apossar-se da região, de terras muito férteis, que apresentava grande potencial de desenvolvimento. Enquanto os dois estados aguardavam uma decisão de governo federal, um fato novo complicou a situação.
No século XIX, durante o Segundo Reinado, os habitantes do planalto, tanto paranaense como catarinense, conviveram por muitos anos com João Maria de Agostini, monge italiano que pregava um catolicismo rudimentar, mas que conquistou a confiança das pessoas simples que aí habitavam e adquiriu fama de milagreiro. Da mesma forma que tinha aparecido, João Maria sumiu, ficando, porém, com a fama de santo. No período republicano, outro “monge” com o mesmo nome passou a atuar na região situada entre os rios Iguaçu e Uruguai.
O término da construção da estrada de ferro, em 1910, deixara desempregados cerca de 8 mil trabalhadores, oriundos de vários estados brasileiros. Os donos das fazendas começaram a ficar preocupados com essa massa de desocupados, que, para sobreviver, invadia as propriedades vizinhas.
Nesse momento, na região de Campos Novos, surgiu mais um “monge”, na realidade um desertor do exército paranaense que se dizia irmão de João Maria. A população, pobre e desempregada, via nele um curandeiro e profeta. Em 1912, o “monge” José Maria conseguiu reunir em Taquaruçu, os fazendeiros e proprietários locais, preocupados com esse grupo, mandaram uma força policial para afastá-lo. Com muito custo, José Maria e seus seguidores saíram da região, atravessaram o rio do Peixe e foram para os Campos de Irani, que estavam sob controle do governo do Paraná.
A reação dos paranaenses não se fez esperar. A ordem do governo do Paraná para desocupação da área foi imediata. No dia 22 de outubro de 1912, soldados paranaenses atacaram o acampamento dos rebeldes. Travou-se uma luta sangrenta, na qual morreram José Maria e também o comandante das tropas paranaenses.
A derrota dos paranaenses repercutiu no Brasil todo. Os homens de José Maria retornaram para a região catarinense de Campos Novos. Surgiu entre eles um novo líder, Eusébio Ferreira dos Santos, e também um boato de que o “monge” José Maria iria ressuscitar e levá-los a vitória.
Várias foram as tentativas de destruir o redutor de Taquaruçu, todas fracassadas. Somente em 1914, quando uma parte dos rebeldes se retirou para Caraguatá, é que o acampamento de Taquaruçu foi destruído. Uma epidemia de tifo obrigou os rebeldes a abandonar Caraguatá e a formar novos redutos.
Decidindo dar fim ao movimento, o governo federal assumiu o comando das operações, e os redutos rebeldes foram sendo gradativamente destruídos.
Em outubro de 1916, foi assinada a Convenção de Limites entre Santa Catarina e o Paraná. Do total da área disputada, estimada em 47.820Km2 , o Paraná ficou com 20.310Km2 e Santa Catarina, com 27.510Km2.
Guerra do Contestado
(Letra e Música: Rogério Joe, Pedro L de Souza)
Há muitos anos firmado, uma divisão de terra
Na capital Rio de Janeiro, depois de uma grande guerra
Tinham rebeldes e jagunços, contra as tropas militares
Nega Jacinta e João Maria, personagens exemplares
Americanos se instalaram, no nosso planalto norte
Acabaram com a madeira, foram-se e deixaram a morte
Extraindo a erva mate, explorando a exportação
Pelo processo barbaquá, riqueza da nossa região
Também tivemos imbuia, dez metros de circunferência derrubado em alguns minutos, com mil anos de existência
Depois que a estrada de ferro, atravessou nosso estado
Oito mil trabalhadores, ficaram desempregados.
Taquaruçú caraguatá, São Pedro Santa Maria vilarejo onde os rebeldes, fizeram seu dia a dia um movimento sertanejo, assim ele foi chamado esta é uma versão, da Guerra do Contestado.
Em 1890, um grupo de catarinenses solicitou ao governo brasileiro uma definição de limites entre os dois estados. Não obtendo resposta, os catarinenses resolveram entrar com uma ação judicial, reivindicando a posse da região situada ao sul dos rios Negro e Iguaçu.
Por duas vezes, o governo deu ganho de causa a Santa Catarina, mas o Paraná adiou a execução da sentença.
Paralelamente a essa questão de limites, em 1910, a Brazil Railway Company, uma empresa norte-americana, conclui a estrada de ferro que ligava o estado de São Paulo ao Rio Grande do Sul. Em seguida, cumprindo um dos termos do contrato, a companhia deu início à colonização de uma faixa de 15 quilômetros de cada lado da via férrea. Não levou em conta, porém, o fato de essa área já pertencer a pequenos proprietários e lavradores, que ficaram descontentes com a interferência da companhia em suas terras.
Pouco depois, a Lumber, poderosa madeireira estrangeira ligada à Brazil Railway Company, estabeleceu-se na zona sob contestação. Essa companhia tinha autorização para explorar a madeira da região, desde que a colonizasse.
A atividade dessa empresa, porém, afastava cada vez mais a possibilidade de um acordo entre o Paraná e Santa Catarina, pois ambos queriam apossar-se da região, de terras muito férteis, que apresentava grande potencial de desenvolvimento. Enquanto os dois estados aguardavam uma decisão de governo federal, um fato novo complicou a situação.
No século XIX, durante o Segundo Reinado, os habitantes do planalto, tanto paranaense como catarinense, conviveram por muitos anos com João Maria de Agostini, monge italiano que pregava um catolicismo rudimentar, mas que conquistou a confiança das pessoas simples que aí habitavam e adquiriu fama de milagreiro. Da mesma forma que tinha aparecido, João Maria sumiu, ficando, porém, com a fama de santo. No período republicano, outro “monge” com o mesmo nome passou a atuar na região situada entre os rios Iguaçu e Uruguai.
O término da construção da estrada de ferro, em 1910, deixara desempregados cerca de 8 mil trabalhadores, oriundos de vários estados brasileiros. Os donos das fazendas começaram a ficar preocupados com essa massa de desocupados, que, para sobreviver, invadia as propriedades vizinhas.
Nesse momento, na região de Campos Novos, surgiu mais um “monge”, na realidade um desertor do exército paranaense que se dizia irmão de João Maria. A população, pobre e desempregada, via nele um curandeiro e profeta. Em 1912, o “monge” José Maria conseguiu reunir em Taquaruçu, os fazendeiros e proprietários locais, preocupados com esse grupo, mandaram uma força policial para afastá-lo. Com muito custo, José Maria e seus seguidores saíram da região, atravessaram o rio do Peixe e foram para os Campos de Irani, que estavam sob controle do governo do Paraná.
A reação dos paranaenses não se fez esperar. A ordem do governo do Paraná para desocupação da área foi imediata. No dia 22 de outubro de 1912, soldados paranaenses atacaram o acampamento dos rebeldes. Travou-se uma luta sangrenta, na qual morreram José Maria e também o comandante das tropas paranaenses.
A derrota dos paranaenses repercutiu no Brasil todo. Os homens de José Maria retornaram para a região catarinense de Campos Novos. Surgiu entre eles um novo líder, Eusébio Ferreira dos Santos, e também um boato de que o “monge” José Maria iria ressuscitar e levá-los a vitória.
Várias foram as tentativas de destruir o redutor de Taquaruçu, todas fracassadas. Somente em 1914, quando uma parte dos rebeldes se retirou para Caraguatá, é que o acampamento de Taquaruçu foi destruído. Uma epidemia de tifo obrigou os rebeldes a abandonar Caraguatá e a formar novos redutos.
Decidindo dar fim ao movimento, o governo federal assumiu o comando das operações, e os redutos rebeldes foram sendo gradativamente destruídos.
Em outubro de 1916, foi assinada a Convenção de Limites entre Santa Catarina e o Paraná. Do total da área disputada, estimada em 47.820Km2 , o Paraná ficou com 20.310Km2 e Santa Catarina, com 27.510Km2.
Guerra do Contestado
(Letra e Música: Rogério Joe, Pedro L de Souza)
Há muitos anos firmado, uma divisão de terra
Na capital Rio de Janeiro, depois de uma grande guerra
Tinham rebeldes e jagunços, contra as tropas militares
Nega Jacinta e João Maria, personagens exemplares
Americanos se instalaram, no nosso planalto norte
Acabaram com a madeira, foram-se e deixaram a morte
Extraindo a erva mate, explorando a exportação
Pelo processo barbaquá, riqueza da nossa região
Também tivemos imbuia, dez metros de circunferência derrubado em alguns minutos, com mil anos de existência
Depois que a estrada de ferro, atravessou nosso estado
Oito mil trabalhadores, ficaram desempregados.
Taquaruçú caraguatá, São Pedro Santa Maria vilarejo onde os rebeldes, fizeram seu dia a dia um movimento sertanejo, assim ele foi chamado esta é uma versão, da Guerra do Contestado.
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